A psicologia fenomenológica-existencial busca a subjetividade, e está muito atrelada a psicologia humanista, em que os seres humanos são indivíduos únicos e com interpretações relativas, devendo ser tratados como tal. A criação dessa nova abordagem obteve grande apoio e foi fomentada pela expressão filosófica de vários estudiosos, que surgiam espontaneamente para impulsionar os ideais fenomenológicos e existencialistas. Considerado um dos grandes pioneiros da nova filosofia, ele deu vida, em 1900, à sua famosa obra intitulada “Logische Untersuchungen" (em tradução para o português, “Investigações Lógicas"). Foi neste material em que ele apresentou o método de análise “Phenomenológico”, e abriu portas para diversas novas interpretações. Cabe agora retomar a questão que gera tantos equívocos entre as perspectivas existencial-humanista e fenomenológico-existencial em Psicologia. Antes, porém, de qualquer resposta, vamos esclarecer o que é o pensamento fenomenológico-existencial e suas relações com a Psicologia. Por fim, cabe ressaltar que, mesmo que se tenham seguido os cuidados metodológicos, este estudo está sujeito a limitações.
- Por mais simples que pareça, é de extrema dificuldade para muitos conseguir retomar o controle sobre o que lhe atinge ou não, as atitudes que decide ou não tomar e os acontecimentos que permite, mesmo que inconscientemente, ditar o rumo de seus dias.
- As consultas baseadas na abordagem fenomenológica-existencial podem te mostrar o caminho para ser protagonista da sua própria vida.
- Se o homem é instado a realizá-la, ele a valorizou, elegeu-a como sentido em meio a outras que ficaram em segundo plano.
- Abordar a temática da liberdade é inevitável a qualquer ciência que pretenda aproximar-se do ser humano, seja numa perspectiva individual, relacional ou social.
- Outras forças se anunciam no contemporâneo, deixando para trás o período, até saudoso, em que o combate se dava apenas entre três delas no campo da Psicologia, bem demarcadas e identificadas.
FENOMENOLOGIA E PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA PARA PSICÓLOGOS BRASILEIROS: UMA COMPREENSÃO EMPÍRICA 1
Contudo, outra diferença de enfoque foi identificada quando os autores versaram sobre as escolhas. Verificou-se que 48,5% dos artigos enfatizaram a liberdade no caráter pré-reflexivo e espontâneo das escolhas, enquanto que 38% apresentaram as escolhas como livres apenas quando tomadas conscientemente, ou seja, num nível reflexivo. Neste ponto, foi identificada uma contradição, pois se esperava que apenas os autores que consideraram a liberdade como característica de uma parte do ser, na unidade liberdade a que/a quem, apresentassem a ideia de escolhas livres como um artifício da consciência ou, ainda, da vontade. Partindo da analítica existencial do filósofo Martin Heidegger, o artigo propõe que o conhecimento é um correlato ontológico do modo de ser humano e que a tradição científica comete um erro ontológico quando, por meio de uma suposta assepsia metodológica, separa o conhecedor do conhecido. Sendo assim, argumenta-se que qualquer empreendimento científico está vinculado às características do ser humano, que qualquer que seja o foco de uma investigação científica, este já estará sempre submetido às possibilidades perspectivas humanas. Propõe-se também que a psicologia não necessita adotar o modelo naturalista tradicional, a fim de adquirir credibilidade científica. São essas abordagens que permitem ao profissional da área identificar formas de melhorar aspectos relacionados à saúde mental das pessoas, priorizando, assim, a qualidade de vida do indivíduo e da sociedade como um todo.
Revista da Abordagem Gestáltica
É preciso, portanto, que o homem tenha possibilidades de ser e, assim sendo, antecipe-se a si mesmo projetando-se nessas possibilidades. Em Heidegger, o poder-ser é um constituinte do ser humano e, como seu constituinte, o afeta (disposição afetiva), de modo que uma "tensão" seja possível. Dasein é confrontado com possibilidades e é da sua própria natureza estar consciente dessas possibilidades em algum sentido, realizar algumas delas e rejeitar outras. Entretanto, isto não é, apenas, um modo de escolher entre opções, mas sim a constituição mesma do Dasein (DeLancey, 2006, p. 362).
Rev. abordagem gestalt. vol.25 no.3 Goiânia set./dez. 2019
Muito se tem confundido, nos meios leigos e acadêmicos, a Psicologia humanista com a Psicologia fenomenológico-existencial. Estudantes, autores e profissionais da área de Psicologia, bem como aqueles que procuram ajuda clínica, acreditam tratar-se de idênticas perspectivas, com variações apenas na titulação. Neste artigo, pretendemos colocar em análise essa forma de compreensão, apresentando suas origens histórico-filosóficas, influências e, consequentemente, suas diferenças e singularidades. Embora ambas possam ser chamadas de perspectivas existenciais, diferenciando-se das perspectivas comportamentais e psicodinâmicas, em razão de romperem com qualquer determinismo, guardam diversidades e discordâncias importantes que precisam ser lembradas e resguardadas a fim de que se amplie o conhecimento em Psicologia com maior rigor.
- Ao mesmo tempo, busca escapar também da pressuposição de um psiquismo dicotomizado em ser e aparência, interioridade e exterioridade, normalidade e anormalidade, etc.
- Cabe agora retomar a questão que gera tantos equívocos entre as perspectivas existencial-humanista e fenomenológico-existencial em Psicologia.
- O próprio título da obra fala em integração e desintegração da personalidade, expressões próprias de uma Psicologia moderna que são colocadas em cheque na perspectiva fenomenológico-existencial.
- Na seleção dos artigos, conforme metodologia descrita, foram identificados 29 artigos que atendiam aos critérios de inclusão.
Termos & Condições
Também ‘utiliza-se da redução fenomenológica’, ou seja, o ‘terapeuta’ deve deixar de lado todos os pré-conceitos, crenças, ideologias e etc., para ir de encontro com o cliente (P54, grifo do autor). Desenvolvida por Edmund Husserl, matemático e filósofo, a fenomenologia significa um estudo e investigação dos fenômenos, isto é, tudo aquilo que se mostra e deixa aparecer. Sendo assim, a perspectiva fenomenológico-existencial busca enxergar o ser como um todo, sendo igualmente importantes o que aconteceu no passado, o que acontece no presente e o que se espera do futuro. É uma modalidade com foco no (re)encontro de sentidos para a vida, na ampliação da percepção de si e de mundo, assim como de suas possibilidades. Nesse encontro, o psicoterapeuta fenomenológico-existencial seguirá como “um pastor que caminha ao lado de suas ovelhas”, nunca determinando nada na vida de seu paciente/cliente, mas caminhando lado a lado de forma a assegurar e auxiliá-lo no desenvolvimento de autonomia frente às suas questões. Por outro lado, muitas são as indagações acerca do que é a Psicologia fenomenológico-existencial.
O que é a psicologia fenomenológica–existencial? Um passeio pela trajetória da abordagem
O curso de Pós-graduação Psicologia Fenomenológica – Existencial, destina-se a profissionais da área de psicologia. A ideia que eu jamais deixei de desenvolver é que, ao fim das contas, cada um é sempre responsável por aquilo que foi feito dele - mesmo se ele não puder fazer mais que assumir essa responsabilidade. Eu acho que um homem pode sempre fazer alguma coisa daquilo que fizeram dele (Sartre, 1975, p. 101). Adiante, Heidegger escreve que mesmo a razão, supostamente livre das "paixões" está "pré-dis-posta para a confiança na evidência lógico-matemática de seus princípios e regras" (p. 39). Logo, as diversas áreas de investigação científica têm seu início quando o Dasein (construto neutro) se manifesta de maneira ôntica (sendo fulano ou beltrano), vivendo num determinado lugar, interessado nessas ou naquelas questões, querendo saber mais para poder transformar algo relativo ao seu contexto de vida). Posição prévia é o contexto no qual o ser humano já sempre está e com o qual já sempre se relaciona, desenvolvendo uma compreensão característica desse contexto. O humor diz respeito ao que em Psicologia, tradicionalmente, se chama de sentimento, emoção ou afeto.
O que é a Psicologia Fenomenológico-Existencial
O aparato epistêmico-metodológico da Psicologia permite que seu investigado se mostre tal como é? A essas questões não se dará respostas cabais, do contrário a possibilidade das crises de fundamento poderá ser dificultada, falseando, ainda mais, o modo de ser humano-científico, o qual duvida, regride para avançar, desfaz para refazer. O ser humano é um ente que se define e se redefine em função das possibilidades nas quais se projeta, a partir das ocupações e preocupações que encontra no mundo. Aqui encontra-se uma condição para a afirmação de Frankl de que o sentido muda de pessoa para pessoa e a cada momento, numa tensão entre ser e vir-a-ser.
A prática psicológica fenomenológica-existencial[editar editar código-fonte]
Dentre os principais ramos da psicologia, encontramos o método fenomenológico-existencial, considerado um dos pilares no caminho para o entendimento da mente humana — e é esta abordagem que tomaremos como base para nossas consultas. Pode-se afirmar que as respostas a essa questão mostram que os pesquisadores falharam ao defini-la, pois a intenção era que descrevessem fazeres concretos de sua prática e que demonstrassem a maneira como os fundamentos da fenomenologia chegam ao fazer profissional do psicólogo. Um número expressivo dos participantes respondeu a essa questão com seu campo de atuação, como ‘escolar’, ‘clínica’, e muitos outros. Percebe-se, aqui, também, certo formalismo nas respostas, uma atenção em utilizar os termos da fenomenologia. Analisando os teóricos e filósofos de base desses artigos, cabe ressaltar que, no segundo grupo, preponderaram teóricos da Psicologia de base humanista, como Rogers e Maslow, assim como May e Yalom, considerados humanistas-existenciais (Teixeira, 2006; Ponte & Souza, 2011). Ponto de Saúde psicologos que no primeiro grupo, os teóricos e filósofos mais citados foram Sartre, Heidegger, Kierkegaard e May, sendo os três primeiros considerados por Feijoo (2011) os filósofos mais discutidos na psicologia fenomenológico-existencial. A exatidão, a certeza são modos humanos de orientar investigações, entretanto aquilo que é investigado deve ter seu próprio modo de ser reconhecido, a fim de que se possa exatamente obter informações sobre ele. A exatidão e a precisão não estão no método, porém no reconhecimento do estatuto ontológico dos constituintes do processo científico. Para Husserl, os fenômenos são acessíveis pela intencionalidade que caracteriza a consciência humana, ao passo que, para Heidegger, os fenômenos são acessíveis pelo modo humano de ser, modo este que abrange mais do que o aspecto cognitivo-intencional. De acordo com Frankl (1986), pode haver dúvida quanto a qual é o sentido ou desesperança de encontrá-lo ou, ainda que se o identifique, pode haver empecilhos para sua realização. A frustração existencial é, então, a não realização de uma possibilidade (sentido) que se mostra como valorizada (disposição afetiva).

Embora seja compreensível aproximação entre a Fenomenologia Existencial e o Humanismo, como muitas vezes se pode verificar pela fusão dos termos na expressão "Psicologia Existencial Humanista", é preciso analisar com maior cuidado tal associação. Trata-se de uma aproximação muito mais negativa, isto é, contra um opositor comum do que por uma identidade profunda de perspectivas (Sá, 2007, p. 336). A Tabela 2 apresenta as unidades de sentido identificadas para esta questão, o número de participantes que as utilizam e um exemplo de como ela aparece nas respostas. Concepção prévia refere-se às conceituações relativas ao recortado que já sempre estão presentes em qualquer investida compreensiva. Ao método caberia garantir a assepsia do conhecimento ante, conforme Figueiredo (1995), às tendências anticientíficas do homem, ante a sensibilidade idiossincrática, ilusória e efêmera que "bloqueia ou deforma a leitura do livro objetivo da natureza" (Figueiredo, 1995, p. 15). Estude-se o clima típico de uma região ou o porquê das pessoas terem dificuldade de dizer o que querem dizer em determinadas ocasiões, estar-se-á sempre no domínio do humor e da compreensão. Se tenho o desejo e a expectativa de que algo se realize e ajo, a fim de realizar minha expectativa, no âmbito da possibilidade já vivencio essa realização, cujo eventual fracasso me frustra. Ser-possível não quer dizer que será de fato, mas como o poder-ser faz parte do modo de ser humano, o possível já repercute na atualidade das pessoas. Para que haja uma tensão entre ser e dever-ser, é preciso que o ser humano possa-ser algo que ele - ainda - não é.